A tragedia é antiga?

segunda-feira, 7 de março de 2011

Sobre os templos egipticos - Bianca n.04

  O visitante que hoje percorrer as margens do Nilo irá encontrar grande número de templos do período faraônico. Construídos em pedra, que resistiu ao passar dos séculos, os templos constituem um dos mais impressionantes vestígios da civilização egípcia. Além da evidência arquitetônica, seus esquemas decorativos permitem conhecer detalhes da religiosidade e costumes antigos. Não há dois templos idênticos, do mesmo modo que não há um templo unicamente original.
  Os primeiros santuários surgiram no final do Período Pré-Dinástico (anterior ao ano 3200 a.C.). Na época do Antigo Reino (da 3ª até a 6ª dinastia / 2649-2152 a.C.) destacaram-se os templos contíguos às pirâmides dos faraós, destinados ao culto funerário dos soberanos. Mas a maioria desses templos encontra-se hoje muito arruinada, e aos pesquisadores restou muito pouco a fazer além de determinar seus planos. Do Médio Reino (11ª e 12ª dinastias / 2040-1783 a.C.) restam também poucos santuários. É do Novo Reino (18ª até a 20ª dinastias / 1550-1070 a.C.) que temos grande quantidade de templos, época em que se definiu o plano padrão que subsistiria até o final da história egípcia, servindo de modelo para os santuários mais recentes, construídos no tempo dos Ptolomeus (305-30 a.C.).
  Os egípcios chamavam um templo de "morada do deus", "casa do deus" – era ali que a divindade "vivia", incorporada magicamente na estátua de culto encerrada no santuário. Essa estátua poderia ser de pedra, metal ou madeira, decorada com incrustações de pedras semi-preciosas ou outros materiais de grande valor. Deixavam-na dentro de uma capela ou sacrário – em geral de madeira – que repousava sobre um pedestal de pedra no santuário principal do templo. Em muitas ocasiões o sacrário poderia ser colocado dentro de uma barca de madeira decorada, a qual por sua vez repousava sobre o pedestal.
  Os templos não eram locais de livre acesso público. Neles penetravam somente os sacerdotes e o faraó, os únicos considerados dignos do contato direto com a imagem do deus - populares só poderiam chegar em algumas partes. As procissões, quando a barca com o sacrário era carregada nos ombros dos sacerdotes, constituíam o único momento em que a população poderia admirar a imagem da divindade.
Distinguem-se dois tipos básicos de templos: templos de culto, dedicados ao culto das divindades através de cerimônias padronizadas; templos funerários, dedicados à memória dos faraós falecidos, cujo culto garantia-lhes o fornecimento de víveres para a vida no além-túmulo. Examinando os exemplos do Novo Reino, podemos descrever as partes que compunham um típico templo egípcio.
                                                                O templo de Hatshepsut 


Templos:

Templo de Philae
O templo foi desmontado e reconstruído na Ilha Agilika, a aprox. 550 m. de seu lugar original, na Ilha de Philae. O templo, que era dedicado a deusa Ísis, está localizado num belo cenário com características idênticas ao do anterior. Suas várias capelas e santuários, incluem o Vestíbulo de Nectanebos I que é usado como entrada da ilha, o Templo do Imperador Adriano, o Templo de Hathor, o Quiosque de Trajano (Cama do Faraó), e dois pilonos (pórtico de antigo templo egípcio com forma de duas pirâmides truncadas) que celebram todas as deidades envolvidas no mito de Ísis e Osíris. Durante a noite pode-se assistir ao maravilhoso espetáculo de luzes e sons, quando as silhuetas dos edifícios são projetadas na rocha enquanto sons musicais saem da água. Philae é inesquecível.
  A antiguidade da ilha data da 26.ª Dinastia ao período do Império Romano, cuja influência deixou a sua marca em muitas das construções. O culto da deusa Ísis era muito popular nessa época, por isso a ilha era dedicada a ela, que atrai anualmente milhares de visitantes. As construções de santuários em Philae continuaram por mais oitocentos anos, e era o último remanescente da antiga religião egípcia que chegou até o século VI. Os templos e santuários foram definitivamente fechados por Justiniano em 550 d. C., pondo fim a 4000 anos de adoração de deuses pagãos.

Templo de Luxor
  O Templo de Luxor foi construído, na maior parte, por Amenhotep III. O recinto tem à frente uma enorme coluna e um obelisco, além de estátuas de Ramsés II. No seu interior encontram-se vários pátios com colunas, sendo o principal e o mais belo o construído por Amenhotep III. O complexo foi ampliado por Tutankhamon, Horemheb e Ramsés II. Um pouco mais adiante, ao norte, encontra-se o amplo complexo do Templo de Karnak.

Templo de Karnak
  O Templo de Karnak, localizado na margem leste do Nilo, deu o nome às majestosas ruínas de templos que — juntamente com Luxor — formavam antigamente uma parte da famosa Tebas das Mil Portas, capital do Novo Império (1580-1085 a. C.). O grande Templo de Amon, o maior santuário egípcio já construído, foi a obra de muitos faraós. A maioria dos restos visíveis data das dinastias 18 e 19 (1514-1205 a. C.). O templo egípcio sempre foi acasa de deus, e somente no Egito encontramos hoje santuários conservados que datam de mais de cem gerações. Mas cada faraó tinha a ambição de ser o construtor do seu templo, e os mais poderosos não hesitavam em desmontar as construções dos seus antecessores para reutilizar os blocos de pedras lavradas, muitos esculpidos com relevos antigamente coloridos.
  Karnak é um mundo. O recinto sagrado ocupa trinta hectares, com vários santuários, onde sobressai o Templo de Amon (tomando um décimo da superfície do recinto), tudo dominado por dez portões monumentais (pilonos). A Sala Hipostila, uma verdadeira floresta composta de 134 colunas gigantes, é um monumento ímpar em beleza que testemunhou várias gerações de faraós (em cima).
  O banco de dados eletrônicos, instalado por Robert Verginieux, ajuda na reconstrução dos monumentos perdidos da época de Akhenaton, e dentro em pouco teremos uma visão dos relevos honrando o deus-sol, perdidos há 33 séculos. Especialmente os pilonos, portais gigantescos, são repositórios destes testemunhos do passado.
  Com exceção das pirâmides, Ramsés ergueu algumas das maiores construções feitas por alguém — sendo provavelmente a maior de todas a do Templo de Abu Simbel, onde mandou esculpir na rocha viva que se ergue próximo da margem do Nilo com a inclinação de uma pirâmide, quatro estátuas sentadas suas, como uma com dezenove metros de altura. Em seu desejo de construir e perpetuar-se na pedra, Ramsés saqueou as pirâmides, retirou pavimentos e destruiu belos monumentos para obter material para suas próprias obras.
As quatro estátuas de Ramsés II que guardam a entrada do templo.
O templo Greco-Romano de Kom Ombo foi dedicado ao deus com cabeça de crocodilo, Sobek, e ao deus com cabeça de falcão, Hórus. A construção começou no início do 2.º século a. C., quando a dinastia dos Ptolomeus imperava no Egito.
Tutmósis III tinha cerca de trinta anos quando se tornou faraó. Ele não só foi um notável general mas também estadista. Diz-se que como faraó, Tutmósis III era em verdade homem de elevados ideais e grande caráter. Suas instruções ao vizir, Rekhmire, mostram sua insistência na imparcialidade de um juiz, demonstrando absoluta necessidade de tratar todas as pessoas da mesma forma, sem mostrar favoritismo para amigos ou parentes. Tutmósis III ergueu pelo menos quatro obeliscos, sendo que dois em Karnak. Construiu prédios e criou muitos santuários, poucos dos quais ainda existem.


Fontes:
http://orbita.starmedia.com/~vismar_leonardo_vitor/monumentos.html
http://www.starnews2001.com.br/egypt/temples.html

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